“A confiança nasce daquilo que pode ser verificado — não do que é inventado..”
Introdução
Vivemos em uma era em que decisões estratégicas, confiança pública e credibilidade institucional são construídas — ou destruídas — a partir de dados. São eles que comprovam aquilo que uma empresa realmente faz, e não apenas o que ela declara.
Independente do setor — seja um cartório, um escritório contábil, uma clínica de saúde ou uma empresa de serviços — existe uma verdade universal:
O que sustenta uma organização no longo prazo não é o discurso, mas a integridade dos dados que ela gera.
E é exatamente por isso que a prática de fabricar ou manipular dados, em qualquer contexto, apresenta riscos profundos. Muitas vezes, gestores bem-intencionados acreditam que estão apenas “corrigindo uma injustiça” ou “melhorando a imagem da empresa”, mas não percebem que esse tipo de ação compromete pilares fundamentais:
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Confiabilidade;
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Transparência;
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Governança;
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Segurança jurídica;
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Responsabilidade profissional
Para empresas que atuam em áreas reguladas — como cartórios, contabilidade e saúde — o impacto é ainda maior.
1. O que realmente significa “fabricar dados”?
É importante reforçar que “fabricar dados” não se resume a criar avaliações falsas no Google.
Isso é apenas uma das manifestações mais simples e mais visíveis desse comportamento.
Na prática, fabricar dados significa construir informações que não refletem a realidade, ou manipular registros para transmitir uma imagem diferente do que realmente existe.
Isso pode acontecer de várias formas:
1.1 Dados financeiros manipulados
Há organizações que alteram números para parecerem mais lucrativas, omitindo despesas, inflando receitas ou ajustando relatórios apenas para “causar boa impressão”.
O problema é que esses números não resistem a auditorias — e quando descobertos, geram danos severos.
1.2 Auditorias internas com resultados “enfeitados”
Algumas empresas preferem apresentar relatórios apenas com “o que não gera problema”, escondendo riscos, inconformidades ou fragilidades operacionais.
Isso prejudica a tomada de decisão, aumenta riscos futuros e dá aos gestores uma sensação equivocada de segurança.
1.3 Indicadores operacionais irreais
Já se viu empresas declarando que possuem:
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99% de satisfação;
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100% de eficiência;
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Zero falhas;
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Produtividade perfeita.
Mas qualquer profissional experiente sabe que tais números são impossíveis no mundo real.
Quando dados são irreais demais, eles deixam de ser úteis — e passam a ser perigosos.
1.4 Reputação manipulada (último exemplo propositalmente)
Criar avaliações falsas, manipular percepções ou tentar elevar uma nota artificialmente é apenas uma pequena parte dentro de um fenômeno muito maior: a fabricação de credibilidade.
2. Por que isso é tão grave em setores como cartórios, contabilidade e saúde?
Porque todos esses segmentos dependem de prova, rastreabilidade, documentação, conformidade e confiança pública.
Cartórios
Lidam com fé pública.
Se um cartório fabrica qualquer tipo de dado, como confiar nos atos oficiais?
Escritórios contábeis
A contabilidade é a “língua oficial dos negócios”.
Fabricar dados aqui pode resultar em:
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sanções fiscais
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multas
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processos administrativos
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responsabilização civil e criminal
Clínicas de saúde
Na saúde, confiança é tudo.
Se a integridade de dados é comprometida, abre-se a porta para questionamentos sobre prontuários, laudos, prescrições e até práticas internas.
Consultores, administradores e DPOs
Todos esses profissionais dependem da integridade dos dados para exercer seu trabalho com segurança — e preservar sua reputação.
3. A perspectiva do Compliance: mais do que leis, é sobre comportamento
Muitas pessoas acreditam que compliance é “cumprir a lei”.
Mas, na verdade, compliance significa:
Fazer o que é certo, mesmo quando ninguém está olhando.
E é exatamente esse ponto que diferencia empresas maduras de empresas vulneráveis.
Quando uma organização manipula dados — mesmo em algo aparentemente pequeno, como uma métrica de atendimento — ela envia uma mensagem clara:
“Estamos dispostos a distorcer a realidade para parecer melhores.”
Isso é devastador para a cultura interna, porque:
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Normaliza comportamentos antiéticos;
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Permite desvio de conduta em outras áreas;
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Rompe o senso de responsabilidade da equipe;
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Cria decisões baseadas em dados artificiais;
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Gera insegurança jurídica e operacional;
4. O impacto jurídico: muito além do digital
Manipular ou fabricar dados pode acarretar:
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responsabilização administrativa;
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denúncias ao Ministério Público;
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questionamentos de corregedorias (cartórios);
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sanções de conselhos de contabilidade e saúde;
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enquadramento em publicidade enganosa;
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perda de certificações;
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rompimento de contratos.
E isso pode ocorrer mesmo que o objetivo inicial tenha sido apenas “melhorar a imagem”.
5. A LGPD observa comportamento, não apenas dados pessoais
Um ponto extremamente sensível que poucos compreendem:
A LGPD avalia a coerência da organização como um todo.
Ainda que os dados fabricados não sejam pessoais, a prática de manipulação revela:
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Falhas de governança;
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Risco de conivência;
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Cultura de baixa integridade;
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Insegurança para titulares;
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Vulnerabilidade institucional;
E isso impacta diretamente:
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O programa de privacidade;
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A credibilidade dos relatórios de conformidade;
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A atuação do DPO;
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A confiança de pacientes, clientes e parceiros;
A pergunta que surge é inevitável:
“Se manipula dados aqui, como posso confiar nos dados pessoais que a empresa trata?”
6. Riscos para consultores, gestores, contadores e DPOs
Este ponto é fundamental para que a Lidiana compreenda seu papel estratégico.
Profissionais responsáveis por orientar a organização podem ser afetados mesmo quando não participam diretamente da manipulação de dados.
6.1 Risco de reputação
Consultores e DPOs dependem de confiança.
Se a organização pratica manipulações, o consultor pode ser visto como:
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omisso;
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despreparado;
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conivente;
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cúmplice indireto.
E isso pode prejudicar sua carreira — e contratos futuros.
6.2 Risco contratual
A maioria dos contratos modernos contém cláusulas de:
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Integridade;
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Ética;
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Governança;
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Conduta profissional.
A manipulação de dados pode colocar a empresa em violação contratual — e refletir sobre quem a assessora.
6.3 Risco técnico
Auditores e órgãos reguladores analisam:
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O que foi feito;
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O que deveria ter sido feito;
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O que o consultor recomendou;
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Se a organização seguiu boas práticas.
Se há manipulação, a defesa fica extremamente fragilizada.
6.4 Risco moral
Este é simples, mas profundo:
Um profissional de integridade não pode ser associado à falta de integridade.
7. Um princípio universal: dados verdadeiros protegem — dados falsos destroem
Quando os dados são reais, eles:
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Protegem a empresa;
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Permitem decisões corretas;
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Sustentam auditorias;
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Geram confiança;
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Blindam profissionais.
Quando os dados são fabricados, cedo ou tarde:
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A verdade aparece
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A reputação cai
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As relações se rompem
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A organização perde credibilidade
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Riscos jurídicos emergem
Conclusão
No mundo digital, integridade não é um adorno — é a estrutura que sustenta decisões, relações e reputações.
Quando uma empresa fabrica ou manipula dados, compromete não apenas números, mas a confiança que viabiliza sua existência.
Informações distorcidas criam ilusão no curto prazo, mas cobram um preço alto no longo.
Rompem credibilidade, fragilizam governança e afastam clientes, parceiros e profissionais.
Por outro lado, dados verdadeiros — ainda que imperfeitos — constroem organizações sólidas.
A manipulação adia a verdade, mas não a substitui. Dados fake derrubam a confiança; dados íntegros edificam a sua empresa.
Tec-in-One | Privacidade com Propósito
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Nosso compromisso é apoiar pessoas e empresas na construção de relações digitais seguras, transformar integridade digital em vantagem competitiva, transparentes e em compliance as legislações nacionais e internacionais existentes
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E o futuro começa com dados verdadeiros.
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